28/07/2015

Estar solteiro

Alguns amigos e amigas me cobram às vezes dizendo que eu preciso arrumar alguém que preciso ter alguém que preciso namorar ou até mesmo casar, afinal já faz dois anos que estou só. E sempre digo que não tenho pressa, que Deus na sua hora irá trazer alguém que será aquela que merecerá meu amor. Estou muito bem solteiro, não estou com pressa de arrumar um amor. Aprendi que para ser feliz não preciso necessariamente estar com alguém, pois quando aprendemos a ser felizes sozinhos a felicidade com outro será plena. Aprendi que não posso depositar minha felicidade em alguém, no que ela pode me proporcionar. Quero alguém para partilhar a minha felicidade para sermos amor em igualdade sem dependência, sem aquilo de: "não sei viver sem você!" Sabe sim, não viveu até agora sem essa pessoa? O amor é muito mais que isso, é ter alguém para partilhar as alegrias, tristezas, vitórias, não dependência. A ideia de uma pessoa ser o remédio para minha felicidade é horrível. Dostoievski escreveu que ficar sozinho é uma "necessidade natural, como dormir e comer". Schoppenhauer disse que as pessoas não suportam a solidão porque não suportam a si mesmas. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, entendemos que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro de nós mesmos e não a partir do outro. Ao perceber isso, nos tornamos menos críticos e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. É preciso descobrir o prazer de estar na própria companhia. Se aceitar, se amar, aprender a desfrutar da sua companhia. Fazer coisas que te deixem feliz. Eu amo tanto estar só com minha liberdade e exercer o meu direito de ir e vir a qualquer hora, qualquer momento. Sair comer um lanche de madrugada sem ter que se justificar porque, ir à missa com meu filho, sair e andar pela rua, ir jogar bola e poder curtir uma amizade, beber um refrigerante sem ter hora pra voltar pra casa, sem ter alguém ligando cobrando para você ir embora. Poder viajar, flertar, paquerar, beijar, sem se preocupar. Poder fazer amizades e adicionar qualquer pessoa que queira sem ter que ficar dando explicações porque adicionou de onde conhece. Tenho dó daquelas pessoas que saem de um relacionamento e já engatam outro e saem de outro e engatam outro e outro, ficam com alguém só por carência, e nunca tem tempo pra si mesmas, não tem tempo de se conhecer, de se reinventar, de ter um momento só seu, de autoconhecimento mesmo. De ver onde errou onde acertou. De reinventar seus sonhos, não do outro, mas seus. Acho deprimente uma relação onde um depende única e exclusivamente do outro para ser feliz! Sem vida própria, sem perspectiva pessoal, não consegue ser feliz porque o outro não deixa. E deixa de estudar, de trabalhar, deixa seus sonhos pelo outro, são dependentes emocionalmente, e muitas vezes financeiramente. Deixam sua vida pra viver a do outro. E passam tempos se enganando que estão felizes, mas se o outro largar ela morre. Horrível viver assim. Quero dizer que não é porque eu decidi ESTAR solteiro que eu quero FICAR solteiro pra sempre, não é isso. Já tive meus relacionamentos, e não é por falta de opção que estou só. Mas como disse acredito que devemos ter esse momento só nosso

Pai

Haverá lugar mais seguro no mundo do que os braços de meu pai? Haverá abraço mais forte, presença mais certa do que a certeza de meu pai? Haverá professor mais dedicado, médico mais experiente, conselheiro mais sábio do que esse? Existirão olhos mais zelosos, ouvidos mais atentos, lágrimas mais sentidas, sorrisos mais serenos do que os dele? Existirá mais alguém no mundo que lute por mim como ele? Que se esqueça de suas necessidades pensando nas minhas? Que esteja lá, em qualquer lugar, a qualquer hora, por seu filho? Existirá mais alguém no mundo que renuncie a seus sonhos pessoais por mim e que chegue até a tornar os meus sonhos os seus próprios, por muito me amar e por muito querer me ver feliz? Existirá alguém? Raros são os corações como o dele! Raro como a chuva durante a estiagem. Raro como o sol nas noites eternas dos pólos terrenos. São essas almas que Deus, em sua bondade sem fim, coloca em nossas vidas para torná-las completas. Nossos pais são únicos. São as estrelas que permanecem no firmamento, dando-nos a beleza e a luz da noite, sem nada exigir em troca. São tão valorosos, que mesmo após se tornarem invisíveis aos olhos, e serem vistos apenas em fotografias e sonhos, continuam conosco, com o amor de sempre, com o abraço seguro de todas as horas. Não sabemos ao certo o tempo em que estaremos juntos aqui, nesta jornada, mas saiba que nada me fará mais feliz no futuro do que reencontrá-lo, tantas e tantas vezes, em tantas e tantas vidas… Porque jamais existirá lugar mais seguro no mundo do que os braços de meu pai! Minhas preces têm em seus versos o seu nome. Meu espelho tem as feições que seu semblante me emprestou. Minha fé tem a sua certeza, a sua confiança. Meu coração tem as sementes das suas virtudes, e o livro da história de minha felicidade tem, em todas as suas páginas, a palavra "pai".

Filho que chora

Hoje quando peguei meu filho na escola e ele simplesmente começou a chorar quando chegamos ao carro e ficou fazendo birra, resmungando coisas que eu não entendia. Eu fiquei ali parado observando e tentando entender o que estava acontecendo, e fiquei pensando em quantas vezes ele já fez isso, porque do nada começa a agir assim.

E quero dizer pra você mãe, pra você pai de criança que esta fazendo escândalo na rua, na loja, no restaurante. Eu consigo imaginar que está envergonhada, tentando tirar o seu filho do chão enquanto ele grita e se debate. Seu rosto está vermelho. Tenho quase certeza que seus olhos até enchem de lágrimas. Eu não fico imaginando "por que essa mulher não controla o filho dela" porque eu sei que crianças não são robôs, elas são pessoas. Pessoas que podem ter um ataque histérico do nada e principalmente em público.

Eu não fico imaginando que você pai é um Jedi que consegue terminar com a birra do seu filho com a força do pensamento porque você não tem esse poder e nem eu tenho, infelizmente. Eu não fico imaginando porque a sua criança não te respeita ou não teme você o suficiente para fazer qualquer coisa que você mande, porque você é o pai e por isso ele deveria te obedecer. As coisas não são simples assim, eu sei disso.

Eu me pergunto o quanto você dormiu na última noite. Na verdade estou me perguntando o quanto você dormiu nos últimos três anos. Pois eu dormi pouco. Eu fico imaginando que, como o meu, o seu filho ainda acorda de madrugada querendo ver algum desenho ou pedindo por mamá.

Eu fico imaginando mãe quando foi a última vez que você conseguiu fazer uma refeição sem ter uma mãozinha tentando pegar a comida que está no seu prato ou sem ter uma criança sentada no seu colo. Eu fico imaginando se, assim como eu, a única coisa que você comeu hoje foram restos de comida que ele deixou.

Eu fico imaginando se você pai fica entusiasmado, assim como eu fico, pelo simples fato de sair de casa, mesmo sabendo que o seu filho vai pedir todos os brinquedos que ele vir pela frente, que ele vai arrancar os sapatos quando estiver na cadeirinha do carro, vai querer fazer xixi 200 vezes e se você tiver que ir ao mercado ele vai querer tomar todos os iogurtes enquanto estiver sentado no carrinho de compras.

Quando você estiver tentando tirar o seu filho do chão enquanto ele grita e se joga, eu imagino se não está na hora do cochilo, e que, assim como o meu deve estar com sono. Você provavelmente torce para que ele não cochile no caminho de volta, mas no fundo sabe que ele vai dormir na cadeirinha do carro e acordar logo que chegar em casa.

Eu fico imaginando pai, que se, assim como eu, você está surpreso de sentir o quanto a paternidade é difícil, mas que não trocaria por nada desse mundo. Eu imagino que, assim como eu, você ama o seu filho mais do que palavras possam expressar e que faria tudo de novo. Claro… tirando os chiliques, birras e ataques de raiva…

Eu fico imaginando que está tudo bem contigo agora, que você pegou o seu filho assim como eu e foi embora com ele nos braços. Eu já passei e passo por isso várias vezes. Tenham paciência. Eu te entendo pai, eu te entendo mãe. Nem todo olhar é de reprovação, lembre-se disso.

Filho não é moeda de troca

Se a mãe e o padrasto permitem ou incentivam que a criança chame o padrasto de pai e aceitam isso como se fosse à coisa mais normal do mundo deveria perder a guarda imediatamente. Eu duvido que algum pai gostaria que seu filho chamasse o padrasto de pai ou até entregasse o presente do dia dos pais da escola ao padrasto. Essa relação é pra lá de delicada, pra que complicar mais não é?

Não creio que uma pessoa normal seja a mãe seja o segundo marido ou mesmo os parentes de ambos aceitem ou incentivem isso. Mas se fossem normais, pois se agem dessa maneira não o são. Não passam de pessoas alienadas e manipuladoras de suas próprias vontades.

Queria saber se as mães que fazem isso depositam de volta o dinheiro da pensão, aposto que não. Ou quando se separam do padrasto pedem pensão para o filho. Lógico que não, pois o padrasto não é o pai não é mesmo?

Além de agredir o PAI único que o filho tem, creio que isto seja usado pela mãe para convencer o outro do compromisso com a relação, tipo vou te "dar" este filho.
Esse é um ponto que teria que ser mudado na lei, induções deste tipo teria que ser punidas (e já são) com reversão imediata da guarda. Criança não é cachorro ou gato a quem você apresenta o novo "dono".  

Creio que é preciso manter esta identidade para os filhos, ao mesmo tempo em que seu novo marido DEVE colaborar com a manutenção dessa verdade - até porque ele casou-se com você sabendo dele! Portanto, ele também SABE que não é pai e nem pode chatear-se com isso. Não, ele pode até ajudar a criá-lo, pode amá-lo, mas não poderá NUNCA ser o que não é.

Talvez a masculinidade desses padrastos fique severamente afetada quando vivem com a mulher e o filho dela não é seu filho, assim a criança o chamando de pai diante da sociedade ele se sente menos afetado...

Um conselho é certo. O padrasto nunca deverá se colocar no lugar do pai. O novo companheiro da mãe precisa entender que seu lugar dentro daquela família é de alguém a mais, e não um substituto, mesmo se o pai biológico for ausente. A criança precisa saber que tem um pai de verdade, e que o homem que está dentro de casa é o companheiro da mãe.

Eu diria a ela que o pai é o pai mesmo e o padrasto é que é: padrasto. Ele pode fazer coisas que um pai faria, mas não pode mudar a realidade: É PADRASTRO.
Entenderam?

Viagem

"Gostei do seu sapato", disse um amigo para mim certa vez.

"Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei super legal também", eu respondi. Foi o suficiente para causar reticências quase visíveis nele e na namorada e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz "que metido".

Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação "Legal, né? Achei lá na 25!". Só que aí sim eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 "pode".

Experiências como essa fazem com que eu mantenha minhas viagens em 06 países, minha fluência em inglês e meus conhecimentos sobre temas do meu interesse (linguística, mitologia, filosofia etc) praticamente para mim mesmo.

Essa censura intelectual me deixa irritado. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de "coisa de gente fresca".

Não importa que ele pague R$ 60 mil em um carro zero, enquanto você dirige um carro de mais 15 anos e viaja durante um mês a cada dois anos para o exterior gastando R$ 10 mil (dinheiro que você, que não quer um carro zero, juntou com o seu trabalho enquanto ele pagava parcelas de mais de mil reais ao mês).

Não importa que ele faça planos de viajar para ver a familia nas férias do próximo ano enquanto você sonha em visitar a Disney com seus filhos e junta toda moedinha que consegue economizar.

Não importa que você conheça uma palavra em outra língua que expressa muito melhor o que você quer falar. Você não pode mencioná-la de jeito nenhum! Mas ele escreve errado o português, troca "c" por "ç", "s" por "z" e tudo bem.

Não pode falar que não gosta de novela ou de Big Brother, senão você é chato. Não pode fazer referência a livro nenhum, ou falar que foi em um concerto de música clássica, ou você é esnobe. Não ouso sequer mencionar meus amigos que moram foram no exterior e que ainda me mandam um "hi my friend, miss you", correndo o risco de apedrejamento.

Pagar R$200 em uma aula de inglês não pode. Mas pagar mais em uma academia, sem problemas. Se eu como aspargos e queijo brie, sou "chique". Mas se gasto os mesmos R$ 20 (que compra os dois ingredientes citados) em um lanche do Mc Donald's, aí tudo bem. Gastar de R$30 a R$50 em vinho (seco, ainda por cima) é um absurdo. Mas R$80 em uma cerveja ruim na balada, ou em uma festa open bar… Tranquilo!

Meu ponto é que as pessoas que mais exercem essa censura intelectual têm acesso às mesmas coisas que eu, mas escolhem outro estilo de vida. Que pode ser até mais caro do que o meu, mas que não tem a pecha de coisa de gente arrogante.

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