Escrevo coisas pessoais, do dia a dia, minhas verdades. Minha história pessoal, coisas de família, de amigos, um pouco de motivação e informação.
28/07/2015
Estar solteiro
Pai
Filho que chora
Hoje quando peguei meu filho na escola e ele simplesmente começou a chorar quando chegamos ao carro e ficou fazendo birra, resmungando coisas que eu não entendia. Eu fiquei ali parado observando e tentando entender o que estava acontecendo, e fiquei pensando em quantas vezes ele já fez isso, porque do nada começa a agir assim.
E quero dizer pra você mãe, pra você pai de criança que esta fazendo escândalo na rua, na loja, no restaurante. Eu consigo imaginar que está envergonhada, tentando tirar o seu filho do chão enquanto ele grita e se debate. Seu rosto está vermelho. Tenho quase certeza que seus olhos até enchem de lágrimas. Eu não fico imaginando "por que essa mulher não controla o filho dela" porque eu sei que crianças não são robôs, elas são pessoas. Pessoas que podem ter um ataque histérico do nada e principalmente em público.
Eu não fico imaginando que você pai é um Jedi que consegue terminar com a birra do seu filho com a força do pensamento porque você não tem esse poder e nem eu tenho, infelizmente. Eu não fico imaginando porque a sua criança não te respeita ou não teme você o suficiente para fazer qualquer coisa que você mande, porque você é o pai e por isso ele deveria te obedecer. As coisas não são simples assim, eu sei disso.
Eu me pergunto o quanto você dormiu na última noite. Na verdade estou me perguntando o quanto você dormiu nos últimos três anos. Pois eu dormi pouco. Eu fico imaginando que, como o meu, o seu filho ainda acorda de madrugada querendo ver algum desenho ou pedindo por mamá.
Eu fico imaginando mãe quando foi a última vez que você conseguiu fazer uma refeição sem ter uma mãozinha tentando pegar a comida que está no seu prato ou sem ter uma criança sentada no seu colo. Eu fico imaginando se, assim como eu, a única coisa que você comeu hoje foram restos de comida que ele deixou.
Eu fico imaginando se você pai fica entusiasmado, assim como eu fico, pelo simples fato de sair de casa, mesmo sabendo que o seu filho vai pedir todos os brinquedos que ele vir pela frente, que ele vai arrancar os sapatos quando estiver na cadeirinha do carro, vai querer fazer xixi 200 vezes e se você tiver que ir ao mercado ele vai querer tomar todos os iogurtes enquanto estiver sentado no carrinho de compras.
Quando você estiver tentando tirar o seu filho do chão enquanto ele grita e se joga, eu imagino se não está na hora do cochilo, e que, assim como o meu deve estar com sono. Você provavelmente torce para que ele não cochile no caminho de volta, mas no fundo sabe que ele vai dormir na cadeirinha do carro e acordar logo que chegar em casa.
Eu fico imaginando pai, que se, assim como eu, você está surpreso de sentir o quanto a paternidade é difícil, mas que não trocaria por nada desse mundo. Eu imagino que, assim como eu, você ama o seu filho mais do que palavras possam expressar e que faria tudo de novo. Claro… tirando os chiliques, birras e ataques de raiva…
Eu fico imaginando que está tudo bem contigo agora, que você pegou o seu filho assim como eu e foi embora com ele nos braços. Eu já passei e passo por isso várias vezes. Tenham paciência. Eu te entendo pai, eu te entendo mãe. Nem todo olhar é de reprovação, lembre-se disso.
Filho não é moeda de troca
Não creio que uma pessoa normal seja a mãe seja o segundo marido ou mesmo os parentes de ambos aceitem ou incentivem isso. Mas se fossem normais, pois se agem dessa maneira não o são. Não passam de pessoas alienadas e manipuladoras de suas próprias vontades.
Queria saber se as mães que fazem isso depositam de volta o dinheiro da pensão, aposto que não. Ou quando se separam do padrasto pedem pensão para o filho. Lógico que não, pois o padrasto não é o pai não é mesmo?
Além de agredir o PAI único que o filho tem, creio que isto seja usado pela mãe para convencer o outro do compromisso com a relação, tipo vou te "dar" este filho.
Esse é um ponto que teria que ser mudado na lei, induções deste tipo teria que ser punidas (e já são) com reversão imediata da guarda. Criança não é cachorro ou gato a quem você apresenta o novo "dono".
Creio que é preciso manter esta identidade para os filhos, ao mesmo tempo em que seu novo marido DEVE colaborar com a manutenção dessa verdade - até porque ele casou-se com você sabendo dele! Portanto, ele também SABE que não é pai e nem pode chatear-se com isso. Não, ele pode até ajudar a criá-lo, pode amá-lo, mas não poderá NUNCA ser o que não é.
Talvez a masculinidade desses padrastos fique severamente afetada quando vivem com a mulher e o filho dela não é seu filho, assim a criança o chamando de pai diante da sociedade ele se sente menos afetado...
Um conselho é certo. O padrasto nunca deverá se colocar no lugar do pai. O novo companheiro da mãe precisa entender que seu lugar dentro daquela família é de alguém a mais, e não um substituto, mesmo se o pai biológico for ausente. A criança precisa saber que tem um pai de verdade, e que o homem que está dentro de casa é o companheiro da mãe.
Eu diria a ela que o pai é o pai mesmo e o padrasto é que é: padrasto. Ele pode fazer coisas que um pai faria, mas não pode mudar a realidade: É PADRASTRO.
Entenderam?
Viagem
"Gostei do seu sapato", disse um amigo para mim certa vez.
"Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei super legal também", eu respondi. Foi o suficiente para causar reticências quase visíveis nele e na namorada e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz "que metido".
Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação "Legal, né? Achei lá na 25!". Só que aí sim eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 "pode".
Experiências como essa fazem com que eu mantenha minhas viagens em 06 países, minha fluência em inglês e meus conhecimentos sobre temas do meu interesse (linguística, mitologia, filosofia etc) praticamente para mim mesmo.
Essa censura intelectual me deixa irritado. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de "coisa de gente fresca".
Não importa que ele pague R$ 60 mil em um carro zero, enquanto você dirige um carro de mais 15 anos e viaja durante um mês a cada dois anos para o exterior gastando R$ 10 mil (dinheiro que você, que não quer um carro zero, juntou com o seu trabalho enquanto ele pagava parcelas de mais de mil reais ao mês).
Não importa que ele faça planos de viajar para ver a familia nas férias do próximo ano enquanto você sonha em visitar a Disney com seus filhos e junta toda moedinha que consegue economizar.
Não importa que você conheça uma palavra em outra língua que expressa muito melhor o que você quer falar. Você não pode mencioná-la de jeito nenhum! Mas ele escreve errado o português, troca "c" por "ç", "s" por "z" e tudo bem.
Não pode falar que não gosta de novela ou de Big Brother, senão você é chato. Não pode fazer referência a livro nenhum, ou falar que foi em um concerto de música clássica, ou você é esnobe. Não ouso sequer mencionar meus amigos que moram foram no exterior e que ainda me mandam um "hi my friend, miss you", correndo o risco de apedrejamento.
Pagar R$200 em uma aula de inglês não pode. Mas pagar mais em uma academia, sem problemas. Se eu como aspargos e queijo brie, sou "chique". Mas se gasto os mesmos R$ 20 (que compra os dois ingredientes citados) em um lanche do Mc Donald's, aí tudo bem. Gastar de R$30 a R$50 em vinho (seco, ainda por cima) é um absurdo. Mas R$80 em uma cerveja ruim na balada, ou em uma festa open bar… Tranquilo!
Meu ponto é que as pessoas que mais exercem essa censura intelectual têm acesso às mesmas coisas que eu, mas escolhem outro estilo de vida. Que pode ser até mais caro do que o meu, mas que não tem a pecha de coisa de gente arrogante.